Você já viu o excelente, maravilhoso, imperdível "Inside Out"? Algum fã pegou o filme e retirou TODA participação dos personagens "internos" (os sentimentos: Joy, Sadness, Anger...) e deixou somente as partes da Riley e sua família. Ou seja, só o "out", sem o "inside". Meio como seria se fosse na vida real, só a jornada do personagem, sem o que ele pensa.
O resultado final não é nada especial. Mas revela muito - se você tiver disposto a perceber - o papel e a importância de alguns recursos de storytelling que empregamos em nossa escrita de roteiros. Este video tem que ser visto como um exercício, que convido vocês a fazerem em seus próprios trabalhos e/ou em outros filmes/séries que vocês quiserem. De alguma maneira esse brainstorm é um cruzamento de outros dois brainstorms que fiz aqui (ausência e ressignificações): Como seria X (onde X = o que quer que você use como base) sem seu principal recurso narrativo/de storytelling?
Como seria "Mr. Robot" sem as narrações? Como seria "Irreversível"; se contado de frente pra trás? E "Amnésia", se o preto e branco acontecesse inteiro primeiro e o colorido apenas depois; do início ao fim e não ao contrário? (Esse é fácil; no DVD tem a versão cronológica pra assistir!) Como seria "O artista" com falas? Extendendo à medidas mais extremas: como seria "Os Suspeitos" já sabendo que Keyzer Sose é Kevin Spacey?
Fazer isso não trará nenhuma resposta mágica pra você, mas, curiosamente, dá um maior entendimento da força e dos porquês destes elementos. É um exercício interessante para que você faça com o seu próprio roteiro. Ele tem algum elemento narrativo principal que se destaca? Tenta fazer sem ele e vê o que acontece (nem que seja pra você ver que ele é essencial e sem ele fica tudo capenga).
1 comentários
Fenomenal. Vemos o corpo, mas não temos a alma da história. E cara, mesmo assim, me emocionei. Mas é porque sou fã desse desenho (e tenho em minha memória parte das cenas que faltam) e vejo muito minha filha mais velha nas emoções Riley. Os caras da Pixar são F... Mas realmente, o "mojo" (emprestado de Austin Powers), some nesta versão. Vale a comparação.
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