Já falo há um tempo aqui que a coisa mais importante para um escritor é o foco. Mas como é difícil mantê-lo...
Você faz o seu trabalho no computador e está sempre a um clique de distância do browser, mídias sociais etc. São muitos estímulos, muita distração. Então, qualquer coisinha que inventamos que nos ajude – ainda que momentaneamente – a concentrar no que é mais importante – sentar a bunda e botar as palavras no papel – é válido e me interessa.
Uma destas coisinhas que me parece maneira é o Hemingwrite. Emulando o visual retrô de uma máquina de escrever, ela combina o método antigo, “livre de distrações”, da máquina, com a tecnologia moderna de armazenamento em nuvens de memória e “papel” digital. Com a promessa de 1 mês (sim, 1 mês!) de autonomia de bateria e peso semelhante ao de um laptop, o Hemingwrite é uma ferramenta de free text em ambos os sentidos, ou seja, o de produzir um texto livre, sem formatações específicas (tipo um .txt), meio que “rascunhe antes no Hemingwrite e edite depois no seu computador” e o de te dar liberdade para escrever em qualquer lugar, haja visto que é facilmente transportável. Absolutamente perfeito para escritores de livro e blogueiros. Mas e Roteiristas? Bom, se você estiver confinado ao Final Draft ou algo assim, realmente o Hemingwrite não vai entregar 100% do seu potencial, mas graças ao Highland, é só você escrever com isso na cabeça – e as sintaxes dele são bem tranqüilas; intuitivas, até – que o arquivo estará pronto para ser utilizado no Final Draft, sem nenhuma edição posterior.
O que acho que é de fato um problema neste workflow de “rascunhe agora, edite depois” é a questão de não haver copy/paste nem cursores. Pelo que entendi, se você quer apagar/trocar/consertar algo que ficou lá atrás, só apertando backspace e apagando tudo. Vendo pelo lado positivo, até acho que essa limitação pode trazer coisas boas para a sua escrita, que volta a ser mais “definitiva”, ainda que sem a limitação de “droga! Já não tenho mais papel de tantos que joguei fora!”. Mas que pode demorar até naturalizar esta forma de escrever e quando se vê, você desistiu da máquina.
O preço é salgadinho (400 dolares, o que na data de publicação do post deve equivaler a 250 mil reais), mas parece uma ferramenta muito interessante para preservação do foco e da criatividade.
Que fique claro: eu nunca fiz um test drive nela (nele?), então estou só “imaginando” o que podem ser pontos positivos ou negativos baseado em press releases e afins. A idéia, no entanto, sem dúvidas, é campeã. Estou curioso pra colocar minhas mãos em um exemplar e testar.
Alguém aí já usou? O que achou? Aguardo a sua opinião nos comentários!
1 comentários
Muito interessante esse Hemingwrite. Pena que por enquanto só nos Estados Unidos. Quero provar
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