Quando falo que trabalho como roteirista sempre me perguntam alguma coisa parecida com: “e de onde você tira inspiração”?
A verdade é que eu não acredito em inspiração. Escrever é transpiração pura. O que pra mim é uma verdade insofismável para exercer o trabalho são duas outras coisas: energia e foco.
Não sei psicografar, então, pra conseguir escrever, eu tenho que sentar, escrever, apagar, re-escrever, ler, analisar, tentar de outra forma e repetir esse processo até que eu esteja satisfeito com o que escrevi. Se algo sai da norma e me tira da minha “zona”, eu me perco de todo o processo que descrevi e, até voltar àquela linha de pensamento, são mais 10 minutos... é foda.
Isso quando você já está na fase de escrever o roteiro! Antes, você muito provavelmente já escreveu um argumento, um beat sheet, uma escaleta, montou um board do filme...* então, nesta etapa, você já sabe o que é sua história. Não se escreve um roteiro com apenas uma premissa, “descobrindo” o que vem por aí.
Ou seja, com tudo isso; acho até injusto atribuir toda essa ginástica a uma “força misteriosa” e inconveniente que vem só quando ela tá afim. Não estimule esse mito; faça seu trabalho! Sue que você vai conseguir o que queria!
* falarei individualmente sobre cada uma dessas etapas em próximos posts. Continue ligado!
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