Há algum tempo atrás eu fiquei fascinado por essa gênia que se photoshopou em fotos de sua infância. Depois virou modinha; teve essa menina Malhação, cujo a mãe é a melhor amiga, então se photoshopou nas fotos da infância de sua progenitora, teve esse cara super creepy que se photoshopou nas fotos de infância de sua namorada (really weird!) e até esse artista irado que inverteu e pegou seus desenhos infantis e fez versões modernas, já com as técnicas adquiridas na vida adulta.
Pegarei como exemplo a gênia original, pois acho que não só merece por ter sido a primeira, mas acho que as composições dela são sinistras. Até porque, de um ponto de vista técnico, é foda; essas fotos foram tiradas com apenas um sujeito em quadro. Mas mesmo assim a composição de seu eu "contemporâneo" foi feita de maneira que parece que ela sempre esteve de fato naqueles momentos. Mas enfim, não é saladosdiretores.com, né? Destrezas técnicas, originalidades e verdades à parte, o importante aqui é o “conceito” comum à todos para o nosso Brainstorm: a noção de deslocamento de tempo.
As fotos flertam com a noção de um encontro de dois eus diferentes separados pelo tempo. Metafórico, mas se o que interessa é o que se vê, se o cético só acredita vendo... não seria real? Eles viajaram de certa forma quase que de fato no tempo, não? É uma forma não sci fi de trazer um spin na clássica trama sci fi de viagem no tempo. Eu não tenho nada formulado – daí o nome dessa categoria de posts, Brainstorm – mas com certeza tem alguma idéia nisso aí! Um ponto de partida que pode trazer um sopro de novidade nesse já batido estilo de filme.
Viaje na viagens dos amigos dos links. Só na minha descrição temos 4 enfoques possíveis diferentes. Comédia, drama, filme pra família, thriller, filme de arte... o que podemos fazer de diferente neste gênero, inspirado nestes doidos? Saia da história em si; e se for um experimento tipo Boyhood? Contando com o inevitável passar do tempo, filmando no passado e colhendo no futuro - uma inversão tal qual a do artista irado.
Se ficou meio etéreo demais, não faz mal. Viaje um pouco mais nos links. Se não chegar à nenhum conceito palpável, não se preocupe: no mínimo esses posts te ajudam a expandir sua mente e os Homenszinhos do fundo da sua cabeça vão estar trabalhando para encorporar de alguma forma isso à sua biblioteca de recursos, eles não desperdiçam nada, são super eco-chatos.
2 comentários
Fala, Dudu!
ResponderExcluirVirei fã da sessão brainstorm, esses devaneios são perfeitos pruma conversa de bar ou uma reflexões pessoal.
Para exercitar mais os homenszinhos do fundo da sua cabeça, vale também dar uma olhada nesse gênio aqui que conversou com o seu ‘eu’ de 12 anos de idade: https://www.youtube.com/watch?v=XFGAQrEUaeU
Dada as devidas proporções, podemos dizer que se trata de um experimento no estilo Boyhood, que conta com “o inevitável passar do tempo” como um recurso. Porém, o video flerta também com a “noção de um encontro de dois eus diferentes separados pelo tempo”, assim como o trabalho da fotografa Chino Otsuka.
De um lado temos um menino brincalhão que está mais preocupado em saber quanto tempo seu animal de estimação irá viver ou se ele ainda irá gostar de Doctor Who quando estiver mais velho. Do outro, um homem cético e frio, que abre uma garrafa de whisky até mesmo para bater um papo com uma criança.
Num gap de 20 anos muita coisa aconteceu em sua vida, o pequeno Jeremiah passou por diversas experiências que moldaram seu caráter e o transformaram em quem ele é hoje. É por isso que, apesar de serem geneticamente iguais, os dois agem de forma completamente diferente, como se fossem duas pessoas distintas.
Mas será que são mesmo tão distintas assim? Afinal de contas, o adulto Jeremiah continua assistindo à mesma série na BBC toda semana. E o que irá acontecer com os dois após esse encontro, qual o aprendizado que cada um irá tirar de seu outro eu?
Tá aí mais uma questão prum próximo papo de boteco.
Abraço
DUDE!!
ExcluirVocê me lembrou desse cara... ESSE CARA É FODA! Eu tinha visto esse vídeo uns anos atrás, tinha até twittado amando-o, mas me esqueci. É isso. Esse cara fez a parada! Ele viajou no tempo através do audiovisual, sem pegar uma manjada "máquina do tempo". So good.
O bizarro é pensar na evolução intelectual ao reverso, pois ele teve que ter aquela idéia tão cedo (não sei vocês, mas eu com 12 anos era um idiota; nunca pensaria em algo assim) e depois re-trabalhado um roteiro em cima daquilo... enfim. Pura genialidade.
Ele também fez um prequel disso, já viu? Ele com 12 anos, falando com ele com 10 anos (e com ele com 12 anos de novo) https://www.youtube.com/watch?v=7IyJeasvs40
Há também um episódio da melhor série live action já feita para crianças "As aventuras de Pete & Pete", onde eles aproveitam o final do horário de verão para "voltar no tempo' 1 hora e consertar todos os erros que tinham feito naquela hora.
O clipe que fiz(emos) pro Reverendo ("Prefácio") não deixa de estar dentro deste conceito de alteração do tempo, pois inseri digitalmente minha boca "atual" lipsyncing a música em imagens minhas do passado (é muito legal como encaixa quase perfeito, pois é a mesma boca). Pra quem não conhece: https://www.youtube.com/watch?v=1y9pWiPRAtQ
Esse assunto dá tanto pano pra manga que dá pra fazer um Brainstorm "Viagem no tempo - parte 2". ehhee quem sabe?